quarta-feira, outubro 07, 2015







BRASIL É O PARAÍSO DA IMPUNIDADE PARA RÉUS DO COLARINHO BRANCO
Vivemos no paraíso da impunidade dos colarinhos brancos. A pena da corrupção, no Brasil, é uma piada de mau gosto. Embora a pena máxima, de 12 anos, impressione, a tradição nacional orienta que a punição fique próxima à mínima, que é de 2 anos.
Uma pena inferior a 4 anos, quando não é cumprida em regime aberto, em casa e sem fiscalização (na falta de casa de albergado), é substituída por penas restritivas de direitos –ou seja, prestação de serviços à comunidade e doação de cestas básicas. Para piorar o cenário, decretos de indulto natalino determinam a extinção dessas penas após apenas um quarto delas terem sido cumpridas, ainda que penas alternativas não gerem superlotação carcerária, a qual o indulto, em tese, buscaria remediar.
Além de ser baixa, a pena raramente é aplicada contra colarinhos brancos. Ela prescreve. Advogados habilidosos, contratados a peso de ouro –do nosso ouro, desviado dos cofres públicos– manejam petições e recursos protelatórios sucessivos até alcançarem a prescrição e, consequentemente, a completa impunidade dos réus. O sistema estimula a barrigada.
Nosso sistema prescricional, aliado ao congestionamento dos tribunais, é uma máquina de impunidade. Somos o único país com quatro instâncias de julgamento, que abrem suas portas à bem manejada técnica recursal. Dentro de cada uma, são possíveis novos recursos, alguns dos quais se repetem sem fim. Enquanto a Corte Suprema americana julga cem casos por ano, a nossa julga cem mil casos por ano.
A prescrição criminal foi criada para estabilizar relações sociais diante da inércia do autor da ação penal, mas hoje ela funciona como uma punição do autor e, consequentemente, da vítima e da sociedade, por uma demora do Judiciário na qual aqueles não têm qualquer culpa.
É como se você planejasse uma viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro e a estimasse em seis horas. No trajeto, entretanto, enfrenta-se congestionamento decorrente do excesso de veículos, o que permite que a viagem só seja concluída após oito horas. Então, uma bruxa má, chamada prescrição, determina o cancelamento da viagem num passe de mágica, devolve-o a São Paulo e o condena a nunca mais sair de lá.
Assim foi no caso Propinoduto, que apurou corrupção de fiscais estaduais do Rio de Janeiro, os quais esconderam propinas na Suíça que chegaram a US$ 34 milhões. A acusação aconteceu em 2003, mesmo ano em que a sentença foi proferida, condenando os auditores. Mas, lembrem-se, no Brasil réus ricos alcançam quatro julgamentos, e esse foi só o primeiro.
O segundo julgamento aconteceu em 2007. O terceiro, em dezembro de 2014, e ainda pendem recursos para o mesmo tribunal. Em 2013, a Suíça ameaçou devolver o dinheiro para os réus, em razão da demora. Se o quarto julgamento demorar o mesmo tempo que o terceiro, esse caso será concluído em 2021, quase 20 anos após a acusação e mais de 20 anos após os fatos, que ocorreram desde 1999.
Guardei a cereja do bolo para o fim: os crimes de corrupção já prescreveram. É como se a corrupção jamais tivesse existido, embora tenha sido amplamente provada e os réus tenham sido condenados.
Infelizmente, essa é a regra em relação aos colarinhos brancos. O caso Maluf prescreveu no tocante ao político, embora tenham sido encontradas centenas de milhões de dólares no exterior. O caso Luís Estêvão, relacionado a desvios de dinheiro público na construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, prescreverá ano que vem, se não se encerrar até lá.
Analisei dados fornecidos pelo Estado do Paraná e constatei que ou não há corruptos do colarinho branco que desviem milhões no Paraná, ou eles não vão para a cadeia. Se esse fosse um teste de múltipla escolha, optaria pela segunda alternativa com segurança.
O Paraná tem quase 30 mil presos, e apenas 53 deles cumprem pena por corrupção. Eles todos, menos dois, praticaram crimes como furto, roubo, tráfico de drogas, embriaguez ao volante ou contrabando. Em geral, tentaram corromper o policial que efetuou a prisão. Dos dois restantes, um foi submetido a medida de segurança, o que indica que é alguém que está fora do juízo pleno, e outro é um oficial de justiça que recebeu gratificação para cumprir um mandado. Nenhum dos presos tem o perfil do corrupto que desvia milhões.
Não há dúvidas de que a corrupção é, no Brasil, um crime de baixo risco. Para réus do colarinho branco, o sistema de justiça penal ainda tem que melhorar muito para ser ruim, quanto mais para ser bom. Os mais reconhecidos estudiosos da corrupção no mundo dizem que, se queremos ser um país livre da corrupção, ela deve ser um crime de alto risco.
Deve ter uma punição séria e que seja aplicada. Para que isso se torne realidade, o Ministério Público Federal propôs as 10 medidas contra a corrupção, que vêm sendo encampadas pela sociedade, rumo a um milhão e meio de assinaturas, para que, como a Ficha Limpa, possam se tornar projeto de lei de iniciativa popular.
Até mudarmos a legislação, criando um ambiente menos favorável à corrupção, seremos o paraíso dos grandes corruptos e o inferno daqueles que sofrem diariamente com a falta do dinheiro desviado na educação, saúde, saneamento e segurança pública. (promotor de Justiça da investigação da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol – 01.10.2015 - Especial para o UOL - http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2015/10/01/brasil-e-o-paraiso-da-impunidade-para-reus-do-colarinho-branco.htm)
- E, como se não bastassem as penas frouxas ainda temos as inacreditáveis instâncias superiores do inacreditável Poder Judiciário, por exemplo:
MAIS UM INESTIMÁVEL E IRRELEVANTE SERVIÇO PRESTADO À MORALIDADE PÚBLICA PELAS INCRÍVEIS INSTÂNCIAS SUPERIORES DO INACREDITÁVEL PODER JUDICIÁRIO DO PAÍS DA CONSTITUIÇÃO “CIDADÔ!

- Naturalmente, Suas Excelências acharam pouco cem milhões de roubalheira do dinheiro público do país do Petrolão, agora, fatiado pelo respeitabilíssimo Supremo Tribunal Federal!
- Não há que não se ufane da Pátria Mãe Gentil!

CHARGES.COM.BR


AMENIDADES
Um cara adorava motos Harley Davidson. Juntou dinheiro durante um tempo e foi até a revendedora. Chegando, o vendedor lhe disse:
– Temos a última Harley, que não foi vendida ainda porque tem um pequeno defeito de fábrica. Não passou pelo último estágio de secagem da tinta e, portanto, não pode molhar, senão mancha a pintura.
– Não tem solução? – perguntou o sujeito.
– Tem – disse o vendedor – Quando o tempo estiver para chover, passe vaselina na moto que preserva a pintura sem problemas.
Sem pensar duas vezes, comprou a moto, passou na farmácia, comprou a vaselina e guardou no bolso.
À noite, sua namorada convidou-o para jantar na casa dela. Ele chegou, deixou a moto na rua e foi entrando.
A namorada foi logo avisando:
– Querido, depois do jantar não fale nada, não abra a boca porque a norma aqui em casa é a seguinte: o primeiro que falar qualquer coisa tem que lavar a louça.
– Tudo bem, disse ele.
Após o jantar, todos quietos.
Começou a relampejar. O cara pensou: E agora? A moto lá fora, e eu não posso falar nada…
Teve uma idéia. Agarrou a namorada e tascou aquele beijo de língua, na frente dos pais, na esperança que alguém protestasse.
Ninguém falou nada. E dá-lhe relâmpago lá fora.
Agarrou a moça de novo, deitou-a na mesa, e traçou a menina ali mesmo..
Ninguém falou nada…
Ia começar a chover a qualquer momento. Não teve dúvida, agarrou a sogra e traçou a velha também.
E nada… ninguém falou absolutamente nada… Quando ouviu o primeiro pingo de chuva lá fora, levantou-se rapidamente, tirou a vaselina do bolso e…
O sogro, assustado, gritou:
– Tá bom… Deixa que eu lavo a louça!

CUNHA USA ESTRUTURA DA CÂMARA PARA PRODUZIR SUA DEFESA NA LAVA JATO
Por determinação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidência da Câmara encaminhou à bancada do PMDB modelos de requerimentos com o objetivo de produzir documentos para uso em sua defesa na apuração do esquema de corrupção na Petrobras.
Nos modelos elaborados por Cunha e distribuídos à bancada do PMDB –a maior, com 66 cadeiras–, cada deputado autoriza a direção da Casa a elaborar relatórios de suas viagens, além do histórico das vezes em que apareceram "logados" no sistema digital.
Os requerimentos vão de 2011 até a presente data.
...
- E alguém ainda é capaz de estranhar isto na republiqueta patrimonialista?!

MINISTRO NÃO AJUDOU INVESTIGAÇÃO DE ROUBO DO QUAL FOI VÍTIMA, DIZ POLÍCIA
A polícia e o Ministério Público do DF apontaram que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), não ajudou a elucidar um roubo de R$ 90 mil que teve como vítima ele próprio.
Para a polícia, Alves, que presidiu a Câmara até o início deste ano, adotou uma "postura de se furtar ao esclarecimento da verdade". A Promotoria apontou que o ministro "demonstrou inequívoco desinteresse em colaborar" com a apuração e que restam dúvidas "quanto à origem e destinação do dinheiro subtraído".
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, porém, recomendou arquivar o inquérito, sem quebrar sigilos do ministro.
O roubo ocorreu em 13 de junho de 2013, quando Wellington Costa, assessor do então deputado, contou à polícia que dois homens roubaram dele R$ 100 mil em espécie, dos quais R$ 90 mil pertenceriam a Alves.
Costa disse que sacou o dinheiro do deputado em um banco onde Alves teria feito um empréstimo consignado. Disse ter entregue o dinheiro a Alves que, três dias depois, o chamou em casa e pediu que levasse R$ 90 mil para outro deputado, João Maia (PR-RN), sem dizer o motivo. O roubo ocorreu no caminho para a Câmara.
O delegado Fernando Cesar Costa disse que o assessor mudou trechos do depoimento, como o que faria com sua parte do dinheiro. O assessor disse que se equivocou por nervosismo.
O delegado pediu que Alves e Maia depusessem. Alves respondeu, em carta, que no momento do roubo estava "em voo para Natal" e que desconhecia fatos relevantes a acrescentar. Questionado de novo, disse "que em sua manifestação anterior já apresentou todos os esclarecimentos que possui".
Maia disse que vendeu um apartamento a Alves, mas que não sabia que receberia os R$ 90 mil naquela data.
...
- Aí tá certo, afinal o que são 90 mil reais roubados!

PASTOR SE REVOLTA COM NOTÍCIA DE US$ 5 MILHÕES DE CUNHA NA SUIÇA: “CADÊ MEUS US$ 500 mil???”
A notícia de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem US$ 5 milhões em contas na Suiça deixou o pastor Rosenildo Sampaio Ferreira Leite da Silva revoltado. Ele disse que jamais recebeu o dízimo relativo a esses valores. “Fico chateado porque eu também tenho uma conta na Suiça, então seria muito fácil para ele acertar as contas com Jesus”, disse o pastor.
O deputado está sendo investigado pelas autoridades da Suiça por manter no país uma soma que não corresponde aos seus vencimentos. Até porque ele é Flamengo e tem vencido muito pouco ultimamente.
Para  o pastor, fica evidente que Cunha cometeu um grande pecado. “Ele sabe muito bem que de tudo o que a gente tem 10% é de Deus”.

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