terça-feira, fevereiro 24, 2015



PENSAMENTO DO DIA
O Brasil não existe. Nosso carnaval virou uma indústria, uma plataforma de celebridades. A Beija-Flor vendeu seu prestígio para um ditador africano. (antropólogo Roberto DaMatta – O Globo – 19.02.2015)


PÉROLAS
Não nos preocupamos mais com esse tipo de notícia (de violações de direitos humanos). Quando o nosso povo era oprimido no tempo da escravidão, ninguém falava nada. (nobre embaixador da Guiné Equatorial no Brasil Benigno Pedro Matute Tang – O Globo – 20.02.2015)

“Se não fosse a contravenção meter a mão no bolso, organizar, ainda estaria naquele negócio de armar e desarmar, arquibancada caindo, desfile terminando às 14h. Cada escola desfilando 2 ou 3 horas, a hora que quer. Se temos hoje o maior espetáculo do planeta, agradeça à contravenção (nobre intérprete Neguinho da Beija-Flor - http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2015/02/19/dinheiro-sujo-tornou-o-carnaval-um-espetaculo-diz-neguinho-da-beija-flor/)

No tempo em que eu estava lá, não fiquei sabendo nada disso. A população adora o presidente, já está há mais de 30 anos no poder. Não consegui perceber se era ditadura ou não. Ficava muito ligado no futebol. Fui para lá para trabalhar. E só.
- Pra futeboleiro tem que desenhar, se bem que eles não ligam muito pra este negócio de dinheiro sujo, seja de lama ou de sangue, desde que a grana seja alta e paga em dia, a origem pouco importa, assim como outros respeitáveis profissionais, se é que me entendem!

"To nem aí! Tenho a certeza de que fizemos um trabalho maravilhoso. As vaias são intrigas da oposição. A Tijuca falou da Suíça, sem citar que é um grande paraíso fiscal para a roubalheira. A Portela sobre o Rio, mas não lembrou das balas perdidas, de hospitais sem leitos. Por que a Beija-Flor tinha que abordar a ditadura? Não se pode julgar a parte política e sim o que é apresentado na Avenida", ressaltou o carnavalesco Fran Sérgio.

É um povo (da Guiné) que sofreu muito e que, através do seu presidente, está construindo um país novo, que pensa em saúde, infraestrutura, saneamento básico. O povo é superfeliz com isso, então não importa o regime. (nobre carnavalesco Fran-Sergio, respeitável membro da Comissão de Carnaval da Beija-Flor – O Globo – 20.02.2015)
- A propósito, vejamos como é o país deste povo “superfeliz”!
RIQUEZA DO DITADOR OBIANG CONTRASTA COM MÁS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO DO PAÍS
Enquanto mais metade dos habitantes da Guiné Equatorial vive abaixo da linha da pobreza, ele ostenta palácio de luxo
BRASÍLIA — A fortaleza onde vivem Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, presidente da Guiné Equatorial, e sua família é um conglomerado de mansões e um palácio digno de um rei. Revestimentos de mármore, tapetes persas e aposentos luxuosamente decorados se destacam. Visitantes, como aconteceu com o ex-presidente Lula, são recebidos com limusines. Nos suntuosos banquetes de Obiang, é comum ser servido champanhe Dom Pérignon, o preferido do ditador.
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EXPECTATIVA DE VIDA: 53,1 ANOS
Embora tenha elevado o IDH em 16,8% desde 2000, quando o índice era de 0,476, a Guiné Equatorial mantém uma realidade marcada pelo atraso. A expectativa de vida, por exemplo, é de 53,1 anos. A média de escolaridade está estacionada desde 2000 em 5,4 anos.
Segundo estimativas da ONU, menos da metade da população, de aproximadamente 750 mil pessoas — um pouco menor que a da cidade de Nova Iguaçu —, tem acesso a água potável e 10% das crianças morrem antes de completar 5 anos. Além disso, a ONG Transparency International colocou a Guiné Equatorial no top 12 da sua lista de estados corruptos.

É UM DINHEIRO QUE O PRESIDENTE E SUA FAMÍLIA ROUBARAM DO POVO’, DIZ VÍTIMA DE DITADOR
Tutu Alicante é o principal crítico do regime, tendo feito denúncias que levaram a investigação nos EUA e na Europa
Isso é um insulto para o povo da Guiné Equatorial, porque é um dinheiro que o presidente e sua família roubaram da população. É um governo que trata os recursos naturais do país e o lucro que vem deles como se fossem dinheiro privado, deles. Esse dinheiro deveria ir para as coisas mais básicas, como tratamento de água, creches, hospitais, casas para os mais pobres. Em vez disso, o presidente doa os recursos para o samba brasileiro. Ele não dá a mínima para o samba, na verdade. A Beija-Flor foi só mais uma peça de propaganda da ditadura dele.
O presidente Obiang tem pelo menos 17 palácios. O país tem o maior PIB per capita da África, por conta do petróleo. Mas pelo menos 75% da população não têm onde morar, não estuda, não têm água limpa. Se ficar doente, morre. Medicamentos mais básicos, como os de malária, são inacessíveis. E as epidemias, constantes. Eles vivem de refeição em refeição. A cada dia precisam lutar para conseguir os dois dólares com os quais poderão comer no dia seguinte, e assim sucessivamente. Há uma única universidade no país, a Universidade Nacional, em que não há alunos porque os prédios não têm eletricidade, não há livros nem recursos para fazer a universidade funcionar.
Enquanto conversamos agora há alguém sendo torturado na Guiné Equatorial. Não sabemos quantas vítimas em 35 anos. Mas nos últimos dois ou três anos, pelo menos 60 mil pessoas foram sequestradas, executadas ou torturadas. Todo dia alguém tem seus direitos violados, sobretudo nas prisões. E o país mantém a pena de morte, contrariando promessa que fez aos países de língua portuguesa. A pena de morte pode ser imposta a qualquer um que cometa um crime capital. O tribunal de Justiça também está sob jugo de Obiang, então, no limite, morre quem ele decidir que deve morrer.
Todos os membros da família Obiang ocupam cargos no governo: filhos e filhas, sobrinhos e sobrinhas, cunhados e cunhadas. É um sistema nepotista de lavagem de dinheiro. Os casos mais notórios envolvem o confisco de uma mansão em Malibu, avaliada em US$ 100 milhões. Essa mansão teria sido comprada com o dinheiro depositado por empresas que exploram os recursos do petróleo em uma conta do Tesouro Nacional da Guiné Equatorial. O presidente, seu filho Teodorín e um sobrinho fizeram depósitos da conta do Tesouro para suas contas bancárias pessoais. Cada membro da família possui uma empresa. São quase todas de fachada. Mas são elas que prestam serviços para o governo.
Eles têm mansões nos EUA, navios no Panamá, recentemente tentaram comprar o iate mais caro do mundo, na Alemanha. Além disso, possuem propriedades em Cingapura, França, Espanha, China, África do Sul, Marrocos e algumas no Brasil.
- E tem mais, segundo o correspondente em NY da GloboNews Jorge Pontual informou no Programa Em Pauta da emissora (19.02.2014) há muito tempo a ONU vem denunciando que as mães das crianças meninas daquele povo “superfeliz” incentivam suas filhas a se prostituir em troca de ... COMIDA!
- Enquanto isso...
GOVERNO BRASILEIRO PERDOA DÍVIDAS DE DITADURAS AFRICANAS
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Um deles, o senhor Omar al-Bashir, já leva 24 anos no cargo de presidente do Sudão. Tem dois mandados internacionais de prisão e, segundo um promotor do Tribunal Penal Internacional, acumula US$ 9 bilhões de recursos próprios em paraísos fiscais. Outro, o senhor Teodoro Obiang, que comanda a Guiné-Equatorial, adquiriu em 2010 um apartamento na Av. Vieira Souto, no Rio de Janeiro, naquela que foi até então a maior transação da história da cidade envolvendo um imóvel residencial. O pequeno refúgio carioca do ditador é um tríplex com 2 mil metros quadrados. O patrimônio pessoal do bilionário ditador do Congo-Brazaville, Denis Sassou Nguesco, proprietário de algumas dezenas de imóveis na França é superior à dívida do país perdoada pelo Brasil (US$ 352 milhões). E por aí vai. Em maio deste ano, numa única tacada, a presidente Dilma anunciou perdões, abatimentos e novos parcelamentos para dívidas de uma dúzia redonda de nações africanas, algumas delas ditaduras africanas.
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O CRIME COMPENSA NA SAPUCAÍ
BRASÍLIA - Não basta reclamar da Beija-Flor, que levantou o troféu com patrocínio do sanguinário ditador da Guiné Equatorial. Uma conversa a sério sobre o financiamento do Carnaval do Rio precisa discutir os repasses de verba pública às escolas de samba e o controle da festa mais popular do país por uma entidade ligada ao crime, com as bênçãos do Estado e da prefeitura.
A escola campeã, comandada há décadas por um contraventor de Nilópolis, está longe de ser exceção. A simpática Portela tem como patrono um miliciano, a Mocidade Independente pertence a um capo dos caça-níqueis, a Imperatriz Leopoldinense está nas mãos de um ex-torturador que virou bicheiro.
Os quatro já estiveram presos e continuam a reinar na Marquês de Sapucaí, onde têm livre acesso aos camarotes e são reverenciados por artistas e políticos. Eles mandam na Liesa, a liga que organiza os desfiles na Marquês de Sapucaí.
Em 2008, uma CPI da Câmara Municipal do Rio concluiu que a entidade deveria disputar licitação se quisesse continuar à frente do Carnaval. O então prefeito Cesar Maia foi contra. Os postulantes à sua cadeira evitaram o assunto. Eduardo Paes venceu a eleição, e pouca coisa mudou no Sambódromo.
A prefeitura continuou a injetar dinheiro nas escolas até 2010, quando o Ministério Público mandou suspender os repasses. A verba direta foi substituída por patrocínios a eventos paralelos. Os conselheiros do Tribunal de Contas do Município, que deveriam coibir a farra, assistiam a tudo em quatro camarotes na avenida, depois devolvidos por ordem judicial.
Paes já ensaiou licitar o desfile, mas desistiu alegando falta de interessados. Em 2012, quando concorria à reeleição, foi cobrado em sabatina do jornal "O Globo" sobre a permanência dos bicheiros. "Chato é, mas vou fazer o quê? Acabar com o Carnaval?", perguntou o prefeito. Aí está um bom tema para os candidatos à sua sucessão no ano que vem.
Bernardo Mello Franco é jornalista
- A campeoníssima sempre foi íntima de ditaduras e cresceu a partir dos anos de chumbo da republiqueta com seus enredos ufanistas pra agradar os ditadores de plantão, em 1973 veio com Educação para o Desenvolvimento, em 1974 com Brasil Ano 2000 e em 1975 com o Grande Decênio, a bem da verdade ela e suas co-irmãs!
- A promiscuidade é geral nesta republiqueta amoral e aética!
- A propósito:
15 UM DELEGADO LINHA-DURA QUE SE ALIOU AO BICHO
Mauro Magalhães chefiou delegacia de Petrópolis, é acusado de proteger bicheiros, teve nome na lista de Castor, mas nega saber de torturas
RIO — No início dos anos de chumbo, em 1969, quando as Forças Armadas desencadearam uma guerra sangrenta contra as organizações da esquerda armada, os militares formaram as primeiras equipes de repressão recrutando agentes nas delegacias e nos quartéis da Polícia Militar. Essa aliança, que tornaria a tortura uma política de governo, construiu também a ponte que ligaria mais tarde os porões do regime ao crime organizado. Pelo menos dois policiais civis envolvidos na repressão, o delegado Mauro Magalhães e o detetive Fernando Gargaglione, foram investigados por receber propina da contravenção. Além disso, Magalhães, como chefe da Delegacia de Buscas e Capturas (Polinter), foi acusado de facilitar a vida dos bicheiros presos pela juíza Denise Frossard.
Nos primeiros dias após o golpe de março de 1964, Mauro Magalhães atuou, como delegado de Ordem Política e Social, no interrogatório de presos confinados no estádio Caio Martins. Seu papel mais importante, contudo, foi desempenhado em 1971, quando assumiu a titularidade da Delegacia de Petrópolis. Na época, a unidade serviu de base para a “Casa da Morte”, um aparelho clandestino de tortura montado na cidade serrana pelo Centro de Informações do Exército (CIE). Um dos agentes identificados como torturador da casa, Luís Cláudio Azeredo Vianna, codinome “Laurindo”, era o segundo da hierarquia da delegacia. E o terceiro na linha de comando, era o inspetor Joel Crespo. Luís Cláudio e Joel eram ligados ao bicheiro Aniz Abrahão David, o Anísio de Nilópolis; Joel, parceiro de Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães.
Já o detetive civil Fernando Próspero Gargaglione de Pinho era regularmente acionado pelos centros de repressão para ocultar os corpos de vítimas dos porões. Gargaglione teria contribuído para os principais centros de repressão do Exército — DOI-Codi/RJ, Dops/RJ e Quartel da Vila Militar/RJ —, envolvendo-se no desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva em 1971.
Dois detalhes se repetem nas carreiras de Magalhães e Gargaglione: ambos tiveram os nomes incluídos na lista de torturadores divulgada pelo projeto Brasil Nunca Mais e figuraram também na contabilidade apreendida na fortaleza de Castor de Andrade em 1994, junto a políticos, advogados e outros policiais que receberiam propina.
Magalhães assumiu a Delegacia de Petrópolis em março de 1971, um mês depois do desaparecimento de Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, provavelmente a primeira vítima da Casa da Morte. Embora Luís Cláudio, ou “Laurindo”, fosse o único policial vinculado diretamente ao CIE, responsável pela masmorra de Petrópolis, uma fonte militar afirma que todos na delegacia sabiam e eram coniventes com o que acontecia dentro da casa.
Um documento guardado pelo Arquivo Nacional reforça a atuação de Mauro Magalhães na repressão política. Em dezembro de 1971, o delegado encaminhou para o Exército uma suposta carteira de identidade falsa, que alegou pertencer ao advogado goiano Paulo de Tarso Celestino. Magalhães teria recebido o material, alegou, das mãos de uma prostituta de Juiz de Fora. Dirigente da Ação Libertadora Nacional (ALN), Paulo de Tarso teria desaparecido em julho daquele ano. Inês Etienne, que seria a única militante de esquerda sobrevivente da Casa da Morte, teria ouvido dos seus carcereiros que o dirigente fora assassinado.
Delegado diz que desconhecia casa da morte
Hoje, aos 80 anos e aposentado, Magalhães reconhece que a delegacia de Petrópolis era frequentada por agentes da repressão, sugerindo “que eles faziam algo por lá”, mas assegura que nunca soube da existência da casa e de torturas.
— Só soube da existência da Casa da Morte pelos jornais. Era até perigoso se meter com os assuntos da repressão — afirma.
Magalhães também nega a relação com a contravenção, embora admita conhecer Anísio e Capitão Guimarães desde os anos 60, quando comandou delegacias na Baixada Fluminense.
Outra acusação que pesa contra Magalhães foi a de facilitar com regalias, em 1993, a vida dos bicheiros presos na Polinter, da qual era diretor. Castor teria bancado uma reforma na carceragem da delegacia, onde também estavam presos Paulo de Andrade (filho de Castor), Capitão Guimarães e José Petrus, o Zinho, condenados pela juíza Denise Frossard por formação de quadrilha. Magalhães negou as regalias e disse que a obra era paga com dinheiro público.
Sobre a presença de seu nome na lista de Castor, Magalhães foi inocentado pela Justiça em primeira instância, e o Ministério Público recorreu. O delegado diz que, na época, não apenas ameaçou fisicamente como investigou a vida pessoal de dois membros do MP, responsáveis pela investigação da propina, o promotor José Carlos Cáffaro e o então procurador-geral de Justiça Antônio Carlos Biscaia. Ele diz que foi perseguido e que o objetivo dos integrantes do MP e do Judiciário era político.
- E quem quiser saber mais sobre o submundo político-jurídico-mafioso-carnavalesco da republiqueta basta acessar as ótimas reportagens do jornal O Globo que descrevem com riqueza de detalhes esta promiscuidade:
CASTOR DE ANDRADE: DE PRESO A ALIADO DOS MILITARES
Negócios Metalúrgica de bicheiro, endividada, foi adquirida pelo grupo Coroa-Brastel por pressão do governo militar
TENTATIVA DO REGIME DE REPRIMIR JOGO DO BICHO NAUFRAGOU EM 76
BICHO CRESCEU NO RIO COM AJUDA DE TORTURADORES
Aliança militares e policiais migraram dos porões para a contravenção e levaram a guerra às ruas do Rio
NOS PORÕES DA CONTRAVENÇÃO: ‘IRMÃOS’ NA GUERRA DO JOGO
Amigos, Capitão Guimarães e o coronel Freddie Perdigão Pereira mantiveram os laços ao atuarem no bicho
GUIMARÃES, ‘O COMANDANTE’ NA LIGA DAS ESCOLAS DE SAMBA
Mesmo sem aparecer, Capitão é quem dá as cartas nos desfiles de carnaval
AMIZADE DE GUIMARÃES COM TIO PATINHAS ABRIU AS PORTAS DO BICHO
Sem espaço após acusações de contrabando, Guimarães deixou o Exército, dominou territórios de bicheiros e chegou à cúpula da contravenção
TROPA DE ANIZ ABRAÃO DAVID CONTOU COM TORTURADOR DA CASA DA MORTE
CONTROLE DA BEIJA-FLOR GARANTIU INFLUÊNCIA E PODER AO BICHEIRO
Escola de Samba de Nilópolis ficou marcada por enredos a favor do regime militar na primeira metade dos anos 1970
FAMÍLIA ABRAÃO DINIZ TEVE INFORMANTE LIGADO À POLÍCIA DO EXÉRCITO
Perseguição a adversários levou ao domínio político de Nilópolis
TORTURADOR DO DOI-CODI CHEFIAVA BARRACÃO DA BEIJA-FLOR
Sargento Torres, acusado do desaparecimento de Rubens Paiva, virou segurança de Anísio
BEIJA-FLOR RECEBE HOMENAGEM NA ALERJ
STF MANDA SOLTAR BICHEIROS PRESOS NO RIO
GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL VAI DAR R$ 5 MILHÕES PARA ESCOLAS DE SAMBA DO GRUPO DE ESPECIAL E ACESSO
VERBA DA EDUCAÇÃO PAGOU CONTAS DE ESCOLAS DE SAMBA
Rio -  Um total de R$ 46 milhões que deveria ter sido investido nas escolas do município do Rio foi usado para pagar dívidas de água e esgoto de seis escolas de samba, da Liga Independente (Liesa), do Sindicato de Empresas de Ônibus (Rio Ônibus), do Riocentro e da própria Prefeitura.
A constatação está na avaliação feita pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) sobre a gestão do prefeito Eduardo Paes no ano de 2011.
ANTÔNIO CARLOS BISCAIA: JOGO LONGE DE ESTAR ENFRAQUECIDO
Para ex-procurador de Justiça, contraventores continuam tentando cooptar autoridades
RIO — O assessor especial do Ministério Público Antônio Carlos Biscaia, ex-procurador-geral de Justiça do Rio, afirma que o jogo do bicho insiste até hoje em estabelecer pontes com o poder público, em busca de proteção e negócios. Biscaia foi o responsável pela operação que estourou a fortaleza do bicheiro Castor de Andrade, em Bangu, em 1994, descobrindo nomes de políticos e policiais que receberiam propinas. Para ele, a contravenção, “longe de estar enfraquecida, continua rendendo lucros elevados”. A diferença, segundo ele, é que, ao contrário dos capos de duas décadas atrás, as novas gerações estão em confronto.
Biscaia revelou que, como deputado federal do PT, impediu que a cúpula da escola de samba Beija-Flor — da qual o bicheiro Aniz Abraão David, o Anísio, é o patrono — fosse recebida pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, num ano em que se consagrou campeã. Ele convenceu o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a adiar o evento, que acabou não acontecendo. Mas Biscaia não teve a mesma chance na primeira viagem de Lula à China, logo depois que assumiu a Presidência, em 2003:
— Foi uma surpresa encontrar no avião o deputado federal Simão Sessim, membro do clã de Anísio. Comecei a me desiludir com o PT nesta viagem, ao descobrir que até o meu partido dava espaço para essa gente.
O ex-procurador confirmou ter sofrido ameaças durante as investigações sobre a lista de propinas de Castor de Andrade, como disse o delegado Mauro Magalhães, que confessa ser um dos autores dessas pressões.
Não pouparam o meu motorista. Ele recebeu uma ligação dizendo que teria de abandonar o carro porque seria explodido. Essa foi uma das muitas ameaças, algumas sérias, outras não. Isso é uma situação comum nas grandes investigações contra o crime organizado. Primeiro, tentam te corromper; se não conseguem, passam a ameaçar. E, se até isso fracassar, eles tentam nos desmoralizar — afirma.
Biscaia disse que os acusados de corrupção tentaram de fato investigar sua vida pessoal e a do promotor Luiz Carlos Cáffaro. Evita, contudo, entrar em detalhes para não “bater boca”.
A lista do bicho foi descoberta em março de 1994, em operação do Ministério Público. Nos livros-caixa, a contravenção anotava as propinas e os nomes dos beneficiados. Entre eles, policiais, juízes, advogados e políticos. Dos cerca de 300 nomes, 120 foram denunciados, incluindo os bicheiros José Carlos Escafura, o Piruinha; Luiz Pacheco Drumond, o Luizinho; Carlos Teixeira Martins, o Carlinhos Maracanã; e Castor.

PRÓXIMO ENREDO DA BEIJA-FLOR VAI HOMENAGEAR O ESTADO ISLÂMICO
Depois de ser campeã homenageando uma ditadura, a Beija-Flor de Nilópolis já prepara seu futuro enredo. No páreo estão o Estado Islâmico, o Taliban e até mesmo o Boko Haram. “Deu certo e vamos seguir na mesma linha”, disse um dos diretores da escola.
A escola discute ideias. Se der Estado Islâmico, na comissão de frente a ideia é decapitar 20 cristãos na avenida. O nome do samba deverá ser “Deu Estado Islâmico na cabeça”, misturando bicho com decapitação. Com todo este sucesso, há até quem queira mudar o nome da escola de Beija-Flor para “Urubu de Nilópolis”, “já que o urubu é um bicho que se alimenta basicamente de cadáveres”.
A apuração foi marcada pela troca de acusações entre bicheiros patronos de escola. Um contraventor passou dos limites e xingou o outro de honesto. Um jurado foi jurado de morte.
Na Guiné a população comemorou o título. “já temos esperança de que mês que vem vamos ter também comida no prato”, disse um habitante.
Já a passista de uma escola de samba foi duramente repreendida por aparecer vestida demais. O estandarte de ouro de maior mico ficou com Cláudia Leitte.
Enquanto isso no carnaval de São Paulo… Ah, quem quer saber do carnaval de São Paulo?


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